terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Natal 2012

Então é Natal...


Resolvi começar meu post com essa música que amo, encontrei o vídeo perfeito e lá vou eu!

Mais um Natal em nossa família, como sempre minha irmã foi viajar com a família dela, minha sogra foi morar em outro estado então e ficamos só nós e meus pais.
Cada um tomou o rumo que melhor lhe conveio, é claro que tem que ser assim, se fosse diferente as pessoas que amo não estariam felizes.
A mãe preparou uma linda ceia, jantamos, trocamos nossos presentes (tudo lembrancinha) tiramos muitas fotos e lá pelas 11:30 eu e o Paulinho viemos para nossa casa que fica bem pertinho da casa dos meus pais, eles foram dormir, Paulinho foi dormir e eu fiquei zapeando pelo Face...
A noite foi muito boa, não estou me queixando de forma nenhuma, mas...
Quando fiquei sozinha, eu e a internet (Paulinho só roncos rs) fiquei com uma sensação de vazio enorme...
Dói... uma sensação dolorida no meu peito por não saber quanto tempo ainda seremos só nós quatro, quantos anos ainda vão levar para me reencontrar com minha criança (eu acredito que já estivemos juntas em outras vidas e que nesta por um acidente da natureza vamos ter que tomar outros caminhos para nos unirmos).
Não chorei, não vou chorar... Para ser sincera já estou calejada e quase não choro mais, mas ontem me fizeram falta as lágrimas para aliviar o coração apertado.
Será que a minha criança já existe por aí e está sofrendo maus tratos, abandono, fome, falta de carinho...
Será que Deus na sua infinita sabedoria, está esperando sair a nossa habilitação e que a fila ande um pouco para que quando estivermos "mais na frente" Ele envie nossa criança?
Não sei...
Não saber o rumo da minha vida é muito estranho, a falta de certezas e respostas é sufocante... Por que será sou infértil? 
Geralmente não sou tão, digamos assim, "molenga" mas nas datas comemorativas o coração fraqueja, o peito aperta, o ar parece que não chega ao fundo dos pulmões...
Uma coisa eu sei, que no Natal de 2013 ainda não terei minha criança nos meus braços, o tempo é inviável levando em conta os mais de 20 pretendentes na nossa frente e nossa habilitação (que ainda não saiu...), se der tudo certo com a avaliação psicológica determinada pelo Juiz de seis longos meses, lá para junho devemos entrar finalmente na fila.
Assim penso que serão muitos Natais sem criança nenhuma em casa para alegrar, rir, brincar...
Imagino sempre o Paulinho de Papai Noel, a mãe toda segredos a respeito do presente, o pai sempre indo pescar e trazendo bons frutos da pesca de aposentado para comermos papaterra frita e eu correndo atrás da criança teimosa (eu tenho certeza que será um teimosinho para combinar com o Paulinho), sem maquiagem e sandálias de salto, afinal com criança não tem tempo para super produção e nem pernas que aguentem dar colo de salto fino...
As vezes quero me rebelar contra Deus por ser assim, mas não posso questionar um Pai bondoso que tudo sabe e tudo vê, quando isso acontece procuro rezar, cantar na minha mente e não dar "bandeira" para família, sei que todos se preocupam comigo, cada um do seu jeito de ser e não quero causar mais tristeza aos meus familiares.

O tempo de Deus é perfeito, eu que sou apenas humana ainda não entendi os seus propósitos comigo.
Vou apenas aceitar e continuar vivendo a vida da melhor forma que sei, curtindo o marido, a mãe, o pai, o sobrinho, a casa, as cadelas, meu trabalho que amo...
Tenho tantas coisas que não entendo as vezes esse buraco latejante no meu peito.
Não sou uma pessoa infeliz. Quem pensar isso ao ler minhas palavras está enganado, sou bastante feliz, mas as datas comemorativas...
É isso, vou torcer para que eu tenha somente uns quatro Natais sendo apenas nós.

Meu lema de vida, a infertilidade faz parte mas não é o principal em minha vida
Dia que demos o presente de Natal pro Querido Moisés!

Mesa linda que minha mãe arrumou para este Natal, por enquanto são quatro lugares...

Ela pensou em cada detalhe com carinho

Tem quem resista a uma coisa deliciosa como esta? Lá se foi a dieta rs

Nossa foto de Natal, somos só quatro, por enquanto...


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Reportagem do Jornal Amorim

Essa semana recebemos em casa uma jornalista muito simpática, a Elisa Isoppo Valerim, ela viu um link do meu blog no Facebook e se interessou pela história para colocar no caderno de Natal deste ano.
Esse jornal é bem conhecido na nossa região, uma pena não poder colocar as palavras tão bonitas da jornalista aqui no blog.

Nunca imaginei quando comecei a escrever a nossa história, que ela iria parar em um jornal. Sempre escrevi pensando na nossa criança, no futuro quando ela entender, saber que foi muito esperada, imaginada e amada antes mesmo de nos reencontrarmos.

Claro que publiquei no Face pensando que as pessoas poderiam olhar e deixar suas contribuições, afinal não sabia como soava a minha escrita, sou essencialmente uma devoradora de livros e não uma escritora.

Foi realmente um lindo presente de Natal que ganhamos de Deus essa oportunidade de compartilhar nossa história com as pessoas que não tem ou não gostam de internet.


Dia da entrevista, no nosso meio está a Jornalista Elisa
Folha do Jornal Amorim do dia 21 de dezembro

Paulinho com o jornal, foi uma corrida na chuva até o mercado para conseguir a nossa matéria rs

Eu toda faceira com a matéria,  estou muito feliz!


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Adotar é...

Eu sigo muitos blogs e visito muitas páginas na net sobre muitos assuntos que me interessam e de um lado para o outro vou lendo e tecendo uma teia de informações mentais e locais que amo ver e comentar e outros que só leio mesmo, mas hoje, quando lia uma nova postagem no blog MONACI encontrei um outro maravilhoso que na primeira página trás um depoimento de uma pessoa que eu gostaria muito de ver uma foto e ter contato, o texto diz assim:

“Não germinaste no meu ventre, sua sementinha cresceu em um lugar que desconheço, que amo por te fazerem para mim. Mesmo longe por algum tempo, nossas vidas se cruzariam, já estava escrito pelo Criador. Sofrestes bastante o abandono, quem sabe não devias esquecer, na verdade não conseguimos ler nas entrelinhas da vida o por quê? Não importa o ventre, o alimento que recebestes pelo cordão umbilical, do coração é a força da paixão. Alegrastes com teu sorriso de criança pura e inocente todos que te cercaram antes, e agora nos dá o privilegio de abençoados com suas birras, pureza de criança meiga, graciosa, carinhosa, sua alegria de menina”.

(Hercília Siqueira)

O local onde encontrei esse parágrafo maravilhoso e muitas outras leituras especiais é no Adotar é 
Estou lendo TUDO e amando!!
Espero que mais pessoas possam se beneficiar com a leitura!

sábado, 15 de dezembro de 2012

III Encontro do Curso de Adoção

Olá amigos!

O meu curso já terminou, mas eu vou contar como foi em 2 post pois é muito assunto, e fica muito cansativo para quem lê e para quem escreve também, apesar de eu ser um pouco compulsiva quando começo a contar uma história...

Mas vamos lá!
o III Encontro foi dia 27 de novembro, e tinha como palestrante a Psicóloga Jaqueline Klein Simionato e as Assistentes Social Francine Coimbra e Pricila Moreira

Inciamos a noite com a Francine explicando sobre os procedimentos de habilitação dos pretendentes e o cadastro de adoção, onde ela falou da parte burocática que já fizemos com a papelada com a qual demos entrada no Fórum.


Levantou muitos pontos interessantes, que não quero nunca esquecer, pois com eles é que nosso filho(a) vai ser encaminhado a nós,  vou elencar os que achei mais marcantes:
* A prioridade é sempre o interesse e o bem estar da criança, então a adoção parte da criança para os inscritos, assim quem está na frente na fila não necessariamente vai adotar primeiro, pois determinado casal que está em primeiro lugar pode não ter o perfil da criança a ser adotada e o perfil do casal é composto pela avaliação psicossocial, feito com a visita da assistente social e entrevista (que já passamos) e avaliação psicológica (que estamos fazendo e vou contar mais detalhes em outro post).
Desta forma, a adoção deve priorizar as reais necessidades, interesses e direitos da criança/adolescente;

* A adoção jurídica não garante a adoção amorosa entre pais e filhos... Eu resolvi apontar este item no blog pois muitas pessoas pensam que após adotar o "problema" da família está resolvido e a vida segue no mar de rosas, e na verdade não é assim, pois de certa forma adotar é "parir" um filho sem a gestação, não sei se estou sendo clara em minha colocação, o que quero explicar é que mesmo desejando profundamente esta criança, os laços de amor e amizade não nascem num piscar de olhos, é claro que tem a empatia e a emoção do momento de receber a criança em casa, mas a relação de amizade, amor e cumplicidade de pais e filhos vai se construindo com o passar dos dias e da convivência, conhecimento um do outro e das pequenas coisas do dia a dia, como ver a criança comer, dormir, sorrir, brincar, chorar, teimar, fazer balda também! Assim como a criança vai aprender a nos reconhecer e amar como pais conforme for se desenrolando nossa relação na vivencia do dia a dia. Temos isso claro em nossas mentes, sempre penso nessa criança com muito carinho e imagino ela aqui em casa e as coisas que gostaria de fazer com ela e o Paulinho, mas na verdade isso são planos e sonhos meus e não necessariamente poderão se tornar realidade dadas as necessidades reais da criança.
Então minha gente, falando o português, o "negócio vai ser no tranco mesmo" rs.

* As adoções legais em Santa Catarina seguem dois cadastros: 
2 - Cadastro Nacional de Adoção.

Assistente Social Francine

É bem complicado o sistema, mas vou tentar explicar em poucas palavras.
Ocorre que antes de 2005, os pretendentes podiam fazer inscrição em várias Comarcas do país e com a implantação do CUIDA (para entender é bom clicar no link) tanto pretendentes quanto crianças e adolescentes passaram a configurar este cadastro com todas as informações e que tem como objetivo agilizar os procedimentos relativos ao encaminhamento de crianças e adolescentes abrigados e destituídos do poder familiar para adoção em as famílias substitutas.
Assim, a inscrição dos pretendentes será feita unicamente na Comarca em que residem;
Uma vez deferida a habilitação, os pretendentes passam a integrar o cadastro estadual, concorrendo (palavra horrível...) a adoção em todas as Comarcas do Estado.

* Tem uns termos jurídicos que é muito bom saber e entender:
GUARDA - obriga a assistência material, moral e educacional da criança, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais biológicos.
TUTELA - pressupõe a perda ou suspensão do poder familiar (como as crianças e adolescentes abrigados, quando não destituídos, estão sob a tutela do Estado).
ADOÇÃO - atribui a condição de filho com os mesmos direitos e deveres como qualquer outra criança, desligando-a do vínculo dos pais e parentes biológicos.

Podem adotar os maiores de 21 anos e o adotante tem que ter no mínimo 16 anos a mais que o adotado. Pais divorciados ou separados podem adotar conjuntamente.
Não podem adotar os ascendentes (avós) ou os irmãos do adotando.

Alguém perguntou a Francine, o que acontece com os abrigados que chegam aos 18 anos, e ela respondeu que em nossa Comarca ainda não aconteceu esta situação mas que os adolescentes são preparados desde os 14 anos em cursos profissionalizantes para entrarem no mercado de trabalho após a idade limite de acolhimento e assim poderem trabalhar e se sustentar sozinhos.

Fiquei alarmada com uns números que nos foram passados...
Em Santa Catarina tem em torno de 1600 crianças e adolescentes acolhidos ou abrigados e aproximadamente 3000 habilitados para adoção... E eu nem estou nesta estatística ainda...


Tivemos uma surpresa deliciosa! A colega de curso Cristiane Vargas levou essas delícias para gente comer no intervalo!

Muito obrigada amiga pelo carinho!

Eu comendo!!!!!

Peguei o Paulinho na tampa hehe ele nunca diz que come...

Jaqueline² - eu e a Jaqueline psicologa, pessoa maravilhosa!

Da esquerda para direita, Francine, Jaqueline, Pricila e Fran

Mas voltando ao meu longo post...

Depois da folga e comilança, voltamos com tudo com a Assistente Social Pricila Moreira e ela iniciou falando sobre o Estágio de Convivência.
Principais pontos:
* O tempo de estágio é fixado pelo juiz;
* É para adaptação da criança, pois a família já deve estar preparada para receber o adotando (estamos trabalhando muito nesta parte!);

* A criança costuma apresentar neste período determinados comportamentos, que são de certa forma esperados, pois ela está se adaptando a uma nova realidade, Pricila citou: Comportamento Regressivo (na tentativa de resgatar seu desenvolvimento incompleto e de construir relação com seus novos pais); Agressividade (a criança pode bater, gritar, xingar. Os pais devem por limites e regras); Querer aproveitar tudo ao mesmo tempo como se a vida fosse terminar em poucos minutos (eu entendi essa como o medo da criança que a nova família a despreze e o medo do retorno ao abrigo); Estar preparada para ouvir "tu não é minha mãe" ou "quero voltar para o abrigo" (isso vai doer, mas estamos nos preparando para isso também, já que outros tiveram esta experiência, não vou crer que passarei pelo estágio de convivência como um mar de rosas, mas pensando bem, podeira ser rosas mesmo, afinal elas mesmo sendo tão belas e perfumadas tem espinhos).

* Os laços de sangue não são os mais fortes, se assim fossem não haveriam filhos biológicos abandonados...

* As vezes as crianças não gostam da visita da Assistente Social no estágio de convivência (pois elas em muitas vezes são as pessoas que fazem a destituição familiar e o acompanhamento no abrigo);

* Agressividade em particular com a mãe adotiva;

* Ter fome ou frio ou qualquer outra necessidade física e ter vergonha de falar (no abrigo as crianças não abrem as geladeiras e armários e pegam o que querem comer ou vestir por exemplo);

* Preconceito Social (família ou amigos que ficam contando histórias negativas a respeito da adoção ou isolamento da família que adotou);

* Criança criar vínculo primeiro com o pai e depois com a mãe (por causa da rejeição, apesar que eu penso que isso depende da história da criança, pois na verdade foi abandonada pelos dois...);

* Aquisição de novos hábitos (dificuldade de adaptação);

* Criança imatura para algumas coisas e madura demais para outras (ex. não sabe os nomes das cores mas tem sexualidade aflorada);

* Investimento afetivo e financeiro (o momento que recebermos a ligação da Assistente Social é o mais adequado para adotarmos? Como eu quero mais que tudo essa possibilidade nem me passa pela cabeça, mas já que foi citado eu tomei nota...)

A psicóloga Jaqueline passou um vídeo de uma música que nunca tinha ouvido e que achei maravilhosa, é de 
olhar até cansar, mostra o lado da criança, pois até agora sempre falei em mim e no Paulinho e não tinha colocado ainda a situação desta criança que tanto queremos e esperamos.
O meu coração balançou e uma lagriminha teimou em sair no cantinho do meu olho, não sou dada a choros (mesmo as vezes precisando muito chorar, não choro), mas não resisti a esta linda canção.




Eu poderia escrever muitas outras coisas, mas como a música Acolher da Elizabete Lacerda é perfeita, não vou estragar a reflexão com mais falatórios...
Beijos e fique com Deus!

domingo, 25 de novembro de 2012

II Encontro do Curso de Adoção

Olá amigos!

Queria ter contado como foi o segundo encontro antes mas não tive tempo, e quando tive dormi um pouco, a semana foi puxada...

Mas vamos ao que interessa!

No nosso segundo encontro, no dia 22 de novembro, tivemos uma ótima palestra com a Psicóloga, minha xará, Jaqueline Klein Simionato e a pauta da noite foi a seguinte:
* Dinâmica;
* Motivação, expectativas e ansiedades da espera pela adoção;
* Mitos e preconceitos que envolvem a adoção;
* Aspectos emocionais que envolvem a adoção;

Haviam mais itens na nossa pauta, mas como se estendeu os assuntos acima citados, estes ficaram para o próximo encontro.

Bom, eu sou uma pessoa bastante extrovertida, não tenho vergonha e nem pudor para quase nada, mas quando envolve dinâmicas, sempre tenho um certo receio, pois o "falante" é sempre quem "se ferra", então a psicóloga nos solicitou que fizéssemos a apresentação dos cônjuges e apontássemos três qualidades e um defeito que a outra parte tivesse.
Eu rapidamente escrevi três qualidades do Paulinho no meu bloco, isso foi muito fácil, o defeito foi mais complicado, mas depois de uma reflexão, escrevi também.
Escrevi para não correr o risco de falar demais na hora da apresentação e por medo de esquecer as decisões que havia tomado, dedocráticamente, a psicóloga escolheu o primeiro casal a falar, ufa, não fomos nós, rs, mas fomos escolhidos a sermos os segundos da fila e eu disse prontamente que o Paulinho tem como maiores qualidades ser: amoroso, zeloso (por mim e pela casa) e paciente. Seu maior defeito é que ele é MUITO teimoso.
Todos riram da minha afirmação, mas depois de várias rodadas de apresentações apareceram mais 6 teimosos, sinal que o meu marido não era o único rs.
Na vez dele me apresentar ele simplesmente disse que não tinha como quantificar as minhas qualidades, pois eu era tudo para ele e assim sendo ele não via nenhum defeito em mim.
Meu coração acelerou nessa hora e quase chorei, não chorei mesmo por que eu tinha jurado que neste dia não iria chorar novamente, mas foi uma declaração de amor linda e totalmente inesperada, tremeu a minha base, depois de tantos anos eu amo ele muito, mas não pensei que ele faria uma declaração como esta na frente de tanta gente...

A dinâmica no fim foi muito boa, muitos choraram, apareceram lenços não sei de onde e me comovi com as histórias dos outros pretendentes, afinal estamos todos no mesmo barco.

A seguir passamos aos outros temas, a psicóloga falou sobre a ansiedade na adoção e que muitas vezes ela gera uma crise no casamento, que na psicologia é entendida como por bons ou maus momentos, ou seja, qualquer situação que tire o casal da normalidade ou rotina e que mude seu modo de vida tanto para o bom quanto para o mau e que isso exige uma nova adaptação a realidade a ser vivida a partir da crise.

Falou também que "em um choro bem chorado existe a cura e um choro bem guardado se transforma em doença". Achei essa frase muito interessante, pois já senti muitas vezes a angustia apertando meu coração em vários momentos, desde que me conheço por gente e realmente, se não botarmos para fora o que nos aflige só pode virar em algo ruim.

Explicou o conceito de adoção, que é derivada do latim [adoptione] possui como significado escolher, adotar.

Nos lembrou o encontro anterior quando disse que o processo de adoção tem que ter uma adaptação, pois a criança já possui uma história de vida, que ela não "surge" do nada em nossas vidas sem um passado, geralmente não muito bom. É como disse o Alan, "dificilmente vamos adotar um filho de médico, psicólogo ou professor" e isso é a mais pura verdade, não posso nunca esquecer e nem valorizar demais o passado dessa criança que um dia surgirá nas nossas vidas, pois ela será na verdade o fruto da nossa educação como pais e não fruto de seu nascimento.
Esse papo determinista e antiquado, tipo "filho de peixe peixinho é" não rola de jeito nenhum, é claro que somos produto do meio de onde somos inseridos, e que nenhum bom pianista se torna bom se não teve alguém que o ensinasse a tocar, então neste sentido, estou me preparando mentalmente para estar aberta para esta criança, entender e amar suas qualidades e defeitos e pensar que os defeitos não tem em haver com sua origem mas sim com o que eu estou fazendo como mãe adotiva com sua educação.
Vai rolar muita dialética nessa relação PaisxFilhos....

Jaqueline também apontou os motivos principais para adoção, com dados levantados com base nas experiências das duas comarcas que estão oferecendo o curso e são elas:
* Infertilidade (meu caso);
* Amparo na velhice (penso que isso é um pouco egoísta pois todos não dizem que os filhos são do mundo?  Mas cada cabeça uma sentença);
* Resolução de conflitos conjugais (tipo seguro meu marido com mais um filho... coitado do filho de qualquer pessoa que faça isso, seja biológico ou não);
* Pagamento de promessa (eu fiquei com o queixo caído com essa..... então enfrentar todo um processo de mudança de vida, família etc etc etc para pagar uma promessa??? Coitada da criança...);
* Filantropia (ajuda aos pobrezinhos ou agregados da casa... Me surpreendeu que isto ainda exista, uma coisa sei lá eu, tipo Escrava Isaura... Mas....);
* Vivência de experiência positiva (sinceramente não entendi esse item...);
* Substituição de filho em razão de luto (se eu perdesse um filho também adotaria uma nova criança para preencher o vazio deixado pela perda, nem imagino como seja perder um filho, tenho amigas que passaram por este desastre e todas são pessoas diferentes após a perda, não digo no sentido de piores ou melhores, mas diferentes mesmo, a perda sempre representa um marco na vida dessas pessoas, como AC e DC, pelo menos sinto assim, posso estar enganada, afinal não vivi e nem desejo ter esta experiência em meu currículo).

Nos falou também sobre o preconceito que vamos enfrentar por toda vida em relação a esta criança que está por vir, pois as pessoas na maioria das vezes falam "filho verdadeiro" "filho de criação" "filho adotivo" e não apenas "filho" quando se dirigirem a criança e que muitas vezes na escola, ainda mais em nossas comunidades que são pequenas, os pais contam aos seus filhos que os filhos da gente não são "verdadeiros".

Eu dei dois apartes nesse momento e falei de duas experiências de preconceito que vivemos, o Paulinho e eu.
Uma foi uma situação há alguns anos onde estávamos em um restaurante e um casal chegou em nós para nos cumprimentar e após as saudações tradicionais, ele bateu no ombro do Paulinho com força e disse sem dó: "como é cara, tu não foi homem ainda pra fazer um filho na tua mulher"
Jesus........
Dizer que foi a treva é menosprezar a situação... eu queria que o chão se abrisse em um buraco com muita lava de vulcão e que eu caísse ali dentro para nunca mais aparecer na face da Terra...
A mulher deste cidadão ficou muito vermelha e disse entre dentes: "fica quieto que ela não pode ter filho..."
Acredite, ficou pior......
Meu marido "não era homem" e eu incapaz....
Lá se foi nosso jantar.... Chorei horas a fio, nunca vou esquecer isso, que foi com certeza uma das situações mais constrangedoras que já passei na minha vida.
Com esse relato, muitos outros casais contaram outras histórias similares, mas nenhuma tão agressiva como a minha.

A outra situação de preconceito que enfrentamos juntos e sempre, é que com uma única exceção de fora da família, pois minha irmã tem filho (é um casal amigo nosso), nunca, jamais, somos convidados para festinhas de aniversário de criança, ou outras festinhas de escola dos filhos dos casais amigos nossos.
Uau, quando botei isso para fora, quase todos concordaram comigo, claro que as pessoas não fazem isso por maldade, eu penso que elas não se dão conta mesmo que casais sem filhos também gostam de participar de festinhas de aniversário e apresentações de escola, primeira comunhão ou qualquer atividade social que envolvam crianças. Acabamos isolados, os sem filhos, dos outros casais, raramente vamos na casa de alguém, com exceção do casal que falei antes que inclusive já postei eles aqui no blog quando nasceu o segundo filho deles.
Quem ler o meu desabafo acima, espero que entenda que eu não sou recalcada e muito menos julgo as pessoas e penso que se eu fosse "normal" talvez cometesse o mesmo erro. É muito difícil imaginar uma vida que não vivi com as escolhas que teria feito se eu não fosse diferente.
Sempre procuro pensar que não sou nem mais e nem menos que as outras mulheres, tento pensar que sou apenas diferente, isso não pode ser tão ruim assim.
O ostracismo sim é ruim, para falar o bem a verdade é uma merda. Fui obrigada a escrever a palavra pois não me vem outra na cabeça agora.

Para terminar minha longa postagem de hoje, ficou faltando eu dizer que a psicóloga deixou bem amarrado para o próximo encontro os seguintes assuntos:
* Contar sempre a verdade sobre a adoção para que a criança não viva no meio da mentira ou omissão (bingo! Eu fiz este blog antes de ouvir uma pessoa que entende do assunto levantar ele!!! Fiquei contente comigo mesma!!!);
* A ansiedade de contar a verdade e geralmente o medo que os pais tem de "gerar traumas" nada mais é que o medo dos pais de enfrentar a verdade, a origem da criança adotada.

Depois de tanto assunto, vou colocar umas fotos do nosso encontro muito produtivo.

Achei essa frase bíblica no facebook pena que não tem qual que é o livro onde encontro o versículo completo

Pessoal mais uma noite no curso

Psicóloga Jaqueline, maravilhosa!







Olha lá eu no fundão, junto com a Leciane, Lili, Rici, Léia, Alan, na frente a Lisiane

Estamos na luta e espera!

Quando a criança chegar, quero fazer um banner escrito: "Não importa de onde vim, o importante é que cheguei"

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

I Encontro do Curso de Adoção

Olá!!!

Ontem a noite foi o primeiro de quatro encontros do curso de pretendentes a pais (assim a assistente social definiu), a pauta era a parte burocrática da destituição da criança da família biológica.
Não tive dificuldades em compreender a fala da palestrante da noite.

O interessante é que das três assistentes sociais que estavam lá, duas estão enormes de grávidas... Sem comentários...

Vou listar os tópicos que anotei nesta noite e depois vou comentar o que eu penso a respeito (penso muita coisa por sinal rs)

As palestrantes da noite foram as assistentes social Pricila Moreira e Francine Coimbra (ambas grávidas e enormes)

* Para destituir (tirar a criança da família) tem que ser esgotadas todas as alternativas dentro da família estendida (que compreende desde avós a primos de longa distancia...);
* A criança não pode ficar mais que dois anos abrigada (na Casa Lar, nome chique de orfanato);
* A criança é preparada no abrigo para adoção pelos profissionais que lá trabalham (achei isso bem importante...);
* Família substituta pode ser através de: tutela (em caso dos pais que morrem e antes expressam o desejo de quem deve ficar com seus filhos), guarda (que é provisória mas garante direitos de previdência e planos de saúde) e adoção (que é irrevogável, graças a Deus uma boa notícia);
* Lei 12010 instituiu o curso de capacitação para pretendentes (a palestrante infelizmente não disse que ano e nem onde encontro esta lei para descrever melhor);
* Descobri que NÃO ESTOU no cadastro de adoção ainda, mesmo tendo entregue nossos documentos há meses pois não fui capacitada ainda.... (essa doeu...);
* O cadastro de adoção parte do interesse da criança em relação aos pretendentes cadastrados e não o contrário, ou seja, a família que vai receber a criança tem que ser a ideal para a criança e não os pretendentes serem interessados em determinada criança (isto é muito importante);
* As mulheres que não querem seus bebês encontram dificuldades em deixá-los nos hospitais pois esbarram no desconhecimento dos profissionais da saúde no que fazer com a criança, medo dessas mulheres do juiz e promotoria de justiça, vergonha dos parentes, insistência de algumas conselheiras tutelares que as "mães" devem criar seus filhos, mesmo que não os queira ou ame...
* A criança, no futuro, tem o direito garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente ECA, em obter os autos do processo de destituição e adoção para saber quem são seus pais biológicos e os motivos que levaram a destituição familiar.

Bom, olhando assim parece bastante simples, mas cada ponto deste foi bem explicado, e o que me ficou mais marcado é que quase todas as crianças destituídas são filhas do crack, do alcoolismo, prostituição ou outra coisa do gênero, o que eu já sabia, mas ouvindo elas falarem de bebês com crise de abstinência foi bastante doloroso, pois se eu engravidasse não tomaria nem uma aspirina o que dirá ingerir qualquer substância tóxica ao ponto de deixar o filho "contaminado" com a droga, viciado antes de saber o que é vício...
Outra coisa que me alarmou foi a demora... Tinha um casal que ficou OITO anos na fila... hoje já está com o filho adotado mas para poder sair a adoção definitiva tinham que passar pelo curso (vai entender o Brasil...), eu na hora que ouvi este relato, fiquei tão nervosa, que minha cabeça péssima em qualquer tipo de cálculo teve que recorrer aos dedos para somar a idade que eu teria se ficar OITO anos na fila de espera... Cheguei ao total apavorante de 35 + 8 = 43.........
Minha prima irmã de 36 anos já é avó...... 
Eu com 43 anos vou ser uma mãe com cara de avó!!!!
E quando o filho tiver na adolescência????
SOCORRO!!
Também percebi que haviam muitos casais, mais do que eu esperava, levando em conta os que já são habilitados pelo curso que houve no início do ano, deve ter uns 20 casais na minha frente, e como a minha comarca é pequena, isso vai demorar muito mesmo.
Lá no curso encontrei pessoas que conheço muito e há tempo, como o Beto e a Tati (ela tem endometriose), a Leciane e o Lili (ele tem pouco espermatozoide) e a Léia e o Alan (ela tirou as trompas depois de 2 gravides e 2 abortos espontâneos, inclusive de gêmeos), uma coisa que chamou atenção é que temos muitas coisas em comum, além é claro de não engravidar, quase todos somos professores, com exceção do Alan que é caminhoneiro e do Lili que trabalha com vendas se não me engano.
Logo, deduzi que professores não tem como pagar um tratamento para fertilidade...
Esse caminho não vai ser fácil, nem de saída e nem na chegada, precisamos estar muito bem preparados para o que der e vier, inclusive a demora e as crianças "viciadas"....
Penso que o ser humano, nessas horas, é o ser mais vil que existe na face da Terra...
Vão umas fotos do primeiro dia!
parte do grupo, lá no meio tá o Paulinho de sorrisão aberto!

Nessa foto a Leciane fez uma graça pra mim! Adorei!

O resto do grande grupo

Do fundo para frente, eu, Tati e Beto (casal)

Eu e a Tati de óculos

Eu e a Tati sem óculos kkkkkkkk

Beto e Paulinho

Camara de Vereadores de Santa Rosa do Sul SC

Léia e Alan

Grupo de Sombrio, eu, Tati, Beto, Paulinho, Leciane e Lili, na fila de trás Léia e Alan

Material do curso.


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Oi amigos!

Esta vida de pessoa que adota é um pouco parada, sem muitas novidades, mas aconteceu na semana passada duas grandes novidades!

Primeira:
A Diretora da minha escola, que estava na tal fila "que não anda" (na verdade anda, mas a gente que é ansiosa demais e quer que vá mais rápido) foi chamada as pressas no Fórum!!!!
E o sonho realizou-se!!!!!!
Chegou a menina dela! 
Como por ordem do juiz  não posso por nem a foto e nem o nome da menina, mas posso dizer que ela tem 3 anos e é linda!!!!!
Não sei como uma pessoa entrega uma criança para justiça, ainda mais uma criança tão linda e esperta!
Deus é tão maravilhoso na sua criação (olha que não sou carola), que no mesmo dia a menina já estava chamando a minha amiga de MÃE e o marido dela de PAI!! Chorei ao ouvir a vozinha doce e delicada da pequena princesa chamando eles o tempo todo. 
Ela é perfeita, linda, esperta e especial, espero que eu tenha essa mesma sorte quando chegar a minha vez!
O mais engraçado é que minha amiga disse que viveu 9 meses em um único dia, pois a criança quando sai do abrigo vem só com a roupa do corpo, a minha amiga levou até uma malinha com roupas para ela trocar e sair de lá com roupa nova.
A burocracia para tirar a menina da Casa Lar é enorme, eu nem sabia que tinha que ter tanta coisa, inclusive uma entrevista com a Promotora onde ela pergunta se o casal tem mesmo certeza do que está fazendo... 
Eles levaram 3 dias desde a hora que foram chamados no Fórum para poder retirar o anjo da Casa Lar... Que agonia, passaram 3 dias dentro do Fórum esperando papel que subia e descia escadas o tempo todo, e no período da manhã corriam as compras, mesmo sem ver a menina, foi feito um enxoval, todo rosa, lindo.
Eu dei de presente a ela um balde de praia com todas as pás e forminhas de areia, moramos na praia, pensei que seria um presente legal a guria, pois o verão está aí e com toda certeza ela vai na praia.

Segunda:
Recebi uma ligação....
Eu estava na casa da minha mãe e ligaram do CRAS, um serviço assistencial da prefeitura da minha cidade, e era uma psicóloga querendo marcar comigo uma Avaliação Psicológica, por determinação do juiz.
Na hora levei um susto enorme, pois durante todo processo de juntada dos documentos, entrevista e visita da Assistente Social, nunca foi mencionada uma avaliação com psicóloga...
Eu com minha boca grande fui questionar o motivo da tal avaliação e a psicóloga "se queimou" comigo, ficou brava, dizendo que ia passar ao juiz que eu estava me negando a fazer o procedimento... Tudo isso por uma simples pergunta...
Fiquei tão nervosa que liguei para o Fórum e falei com a Francine, Assistente Social, e ela nem sabia ainda que eu teria que passar por esta avaliação mas me garantiu que os juízes agora estão pedindo avaliação a todos "pretendentes a adoção". Fiquei mais calma com essa informação, afinal, uma avaliação não deve ser uma tarefa tão difícil... eu espero...
Na mesma ligação, a Francine me comunicou que o curso de pais será realizado esta semana na terça e quinta e na semana que vem nos mesmos dias, essa foi uma novidade boa, só que o Paulinho vai ter que trocar o horário dele na escola a noite com outro professor, pois trabalha na quinta noite, assim como eu, mas já dei jeito no meu horário, agora só falta ele.

Bom, por estes dias vou ter novidades frescas duas vezes por semana, pois vou contar tudo que aprender no curso, quem sabe consigo com minha experiência ajudar outros pretendentes. 

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Casamento, já fazem quase 10 anos......

Dia 15 de março faremos 10 anos de casados...

Faltam 6 meses para esta data tão significativa em nossas vidas...

Lembro que há 10 anos atrás, por esta época, já estávamos planejando o casamento, eu bordava lindas toalhas de banho, crochê nos panos de prato, mobília da casa, lista de convidados, local para a festa, decorador.......

Aff, eram tantas coisas para fazer num tempo tão curto!!!

Tantos planos e sonhos imaginados para esta nova etapa de nossas vidas, pois seríamos um casal e formaríamos a nossa família, eu ia deixar de ser somente filha e passaria a esposa. 
A dona da casa!


Quando estávamos nessa faze pré-casamento, haviam inúmeros planos, alguns fáceis, outros difíceis (pela avaliação feita por nós na época), e sonhos, muitos sonhos.....

Ah os sonhos........


Eu já era professora e estava na faculdade, assim como o Paulinho, eu fazendo o curso de Pedagogia e ele Artes Visuais, na época era um dos sonhos terminar a faculdade, os dois....
Hoje eu penso que eramos malucos, pois dois professores ACTs, morando de aluguel e a mais de 100 Km da Universidade...
Penso "que loucura" e dou sábios conselhos a todos que estão estudando: "termina a faculdade antes de casar....."

Não digo por mau. Só que um casal fazer faculdade, sem financiamento estudantil, morando de aluguel e com salário de professor, hoje ao meu ver é pura loucura...
Só por amor mesmo, amor ao marido e a profissão. Muitas vezes nos 6 anos de faculdade ficamos sem energia elétrica, sem comida em casa, vivia com roupa doada (até as calcinhas do enxoval ficaram velhas...), dando aula em 4 ou 5 escolas sem ter nem uma bicicleta...

Vencemos a faculdade!!! 




Hoje...

Ambos formados, eu já sou funcionária pública estável e pós graduada e ele é formado, quase pós graduado e está se preparando para o concurso de ingresso 2012 do Magistério Público de SC.
Este sonho, dos dois serem funcionários públicos estáveis, já está quase realizado, pois como já sou, é 50% do que queríamos.




Conquista da casa própria!!!

Um dos maiores sonhos, e que já conquistamos, foi a compra da nossa casa em setembro de 2009, é claro que foi pela Caixa para pagar em 20 anos, mas com essa aquisição, saímos do aluguel (que era mais que o dobro do valor da parcela do meu financiamento)  e do apartamento e finalmente podemos ter cadelas em casa (nossas atuais "filhas").
Nossa casa é muito legal, até grande só para nós dois e duas cadelas, tem algumas coisas que queremos fazer, como calçada (nosso bairro as casas não tem calçadas, os pátios são separados por uma mureta e temos lindos gramados, pois quando o bairro foi planejado, era para ser um condomínio e a construtora faliu, então o padrão é sem calçada e sem cerca), terminar de fechar com tela nosso pátio (não pode ser muro de acordo com a associação de moradores) o fundo já fechamos, mas ficou um espaço pequeno para duas cadelas e um cachorro, queremos fazer um banheiro com banheira no nosso quarto e uma garagem para o carro (a casa tem garagem, mas antes do carro eu tinha instalado uma linda sala de jantar com churrasqueira e quero de volta).
Não precisamos de mais quartos pois a casa já possui 3 e isso é mais que suficiente.
Eu acho a casa grande (quer ver mesmo quando vem uma nova faxineira e me dá o orçamento do serviço, ou quando eu mesma tenho que faxinar nos fins de semana...), então não temos planos de ampliar, assim como é está perfeito.

Ah! Saímos da cidade!!! Moramos na praia, escolhemos a casa 1km longe do mar por causa da maresia, mas dormimos todas as noites com o barulho das ondas, hoje particularmente o mar está bastante barulhento.

Quando casamos achávamos que o mais difícil que faríamos era comprar a casa, no final foi o mais fácil, pois difícil mesmo foi bancar a Universidade depois da UNESC nos sugando a vida, pagar a prestação da casa é moleza...




Outro sonho...

Ter um carro.
Coisa simples, mas que para nós foi uma conquista enorme e uma grande tristeza logo em seguida, pois compramos um UNO 1994 (detalhe, no ano de 2010), financiado em 60x. Um carro velho assim, segundo o sujeito da seguradora, não vale nem a pena fazer seguro... Saí toda envergonhada da seguradora e fui tranquilamente trabalhar com meu carrinho velho...
No dia em que fui pagar a primeira parcela, roubaram meu carro.......
Foi dia 28 de fevereiro de 2010.

O Paulinho surtou, passei maus momentos por causa desse carro, nem gosto de lembrar dos meses após o roubo, pois ele saia cedo e chegava tarde todos os dias correndo em todo lugar onde diziam que havia um desmanche de carros. Ele adoeceu por conta disso e temos que estar vigilantes até hoje por causa da depressão que pegou ele por causa do roubo, ele encarou a violência de uma forma diferente de mim, afinal eu vivi quase 21 anos em Canoas RS, uma cidade grande e violenta e ele veio de Mondaí do interior de SC, onde a família vivia da agricultura. Além do mais eu analisei, que na minha lista de perdas, o carro não é nada comparado com o fato que perdi de ser mãe biológica de meus futuros filhos, então superei a perda do carro mais facilmente que ele.

Em novembro de 2010 dei uma de louca e fui num feirão de carros da Renault e comprei um Clio, financiado em 60x, mas desta vez o carro não saiu da loja sem ter o seguro.

Então, atualmente estou pagando dois carros, o meu e o do ladrão...

Ah, esqueci de mencionar que o Paulinho não sabe dirigir e todas as vezes que fui tentar ensiná-lo acabou em briga (eu brigando sozinha e ele rindo da minha cara...). Definitivamente não tenho paciência e nem nervos de aço para ensiná-lo.
O mais engraçado disso é que eu tinha paciência para ensinar 200x se fosse necessário, a mesma coisa para um aluno e sou incapaz de ensinar o marido a dirigir.
No final das contas, eu ando de carro até a minha escola que fica pertinho de casa e o coitado de carona até as escolas dele, que este ano ficam longe de casa (ele ainda é ACT...)




Muitos sonhos malucos!!!

Queremos viajar, conhecer a Grécia, Roma, Machu Picchu, fazer o caminho de Santiago de Compostela, fazer muitos cruzeiros marítimos, nos perder na folia do carnaval de Salvador, desfilar numa escola de samba carioca, construir um ateliê com forno para queima de cerâmica (para o Paulinho fazer as artes dele), ir no Cirque du Solei, ver os Stones, Apocalyptica e Roger Waters tocar (infelizmente o Raul Seixas e a Elis já morreram)... 
Vamos fazer essas coisas um dia, talvez quando nos aposentarmos, talvez quando eu termine de pagar os dois carros (vai muita grana pagar 2 carros ao mesmo tempo...), mas sei que faremos e no tempo perfeito de Deus e das nossas vidas.


A minha música de entrada no casamento foi Fascinação da Elis.....


A dele foi uma do Nirvana que eu adoro e que não lembro o nome tocada pelo Apocalyptica...


Uma curiosidade...
Eu tive conjuntivite na véspera do casamento......
Todo mundo na escola pegou, e a noiva não podia ser diferente, é claro.
Casamos no civil na sexta e no religioso no sábado e na quinta anterior ao casamento, quando eu já tinha levado toda minha mudança para casa nova eu acordei pela manhã com os olhos colados de tanta inflamação, lembro que gritei para minha mãe: "Mãããeeee estou cegaaaaaaa"
Tadinha da minha mãe... Desgrudou meus olhos com um algodão e água com açúcar e quando eu finalmente me olhei no espelho a choradeira começou, eu estava totalmente inchada e com os olhos esbugalhados.
Quanto mais eu chorava, pior ficava.
Os parentes vindo do RS pro casamento e a noiva descabelada chorando como se fosse um velório...
Passei tudo que me ensinaram nos olhos, até xixi, e no final, não sei se foram as rezas da mãe, as simpatias dos parentes, água boricada, água de rosas brancas, óleo de tubarão, xixi ou outras coisas que tentei ou o tempo mesmo, no sábado, no meu grande dia, o inchaço havia diminuído e fiquei somente com os olhos vermelhos, nas fotos que ainda não eram digitais (ui mais foi antigo isso) quase não aparece o vermelho nos olhos.
O Paulinho já tinha visto numa ótica óculos coloridos para usarmos na cerimônia (a minha conjuntivite foi a mais forte da escola toda, é claro)


Nosso casamento foi na rua, a noite, na beira de um lago, com uma lua maravilhosa como testemunha!

Como a família do Paulinho é Batista, o Pastor Siel concordou em nos casar (no restaurante e na rua!!!!), ele deu um lindo discurso sobre uma parábola que faltou o vinho no casamento e que Jesus providenciou o vinho que faltava e que nós deveríamos todos os dias provar deste vinho para alimentar nossa união e fortalecer e frutificar o bom fruto.


Os frutos.......

Eu nem no meu pior sonho imaginava que nunca poderia engravidar...
Na época da faculdade, quando estávamos totalmente falidos, sem dinheiro nem para comprar um pão no mercado, muitas vezes eu disse: "Deus me livre engravidar"...

Ah meu Deus, quanto arrependimento destas palavras...

Como diz o ditado, "os anjos disseram amém" e eu me descobri estéril aos 28 anos (não tinha terminado ainda a bendita faculdade) e meu mundo caiu, foi sem dúvida nenhuma a pior coisa que já me aconteceu na vida.
E olha que eu já tive uns maus momentos (acidentes de carro, doença na família, brigas de parentes e outras coisas que hoje não me importam).

Nada dói tanto em mim como o meu coração por causa das insanidades que eu dizia...
Uma vez, uma das muitas que faltou a menstruação, disse que se tivesse grávida me jogaria da torre da igreja, que na época era o prédio mais alto da cidade. Em outra ocasião disse que daria o filho para uma amiga que também não engravida...

Mas eu dizia essas bobagens pois eu não queria que meu filho sofresse com a falta de dinheiro que nós vivíamos, se o filho tivesse vindo naquela época, teria trancado a faculdade e sei lá o que seria da gente hoje, dos nossos sonhos...

Eu coloquei na época os sonhos em primeiro lugar...

Eles não eram mais importantes, hoje eu sei disso.

Agora é tarde demais...

O Paulinho absorveu a noticia muito mais facilmente que eu, ele diz que se sente plenamente feliz com um filho adotado.
Mas eu, sempre que sonhei a minha família, tinha um filho adotado (ele sempre existiu na minha imaginação, por incrível que pareça) mas ele viria depois que eu tivesse meus bebês, gorduchos e bem chorões, como os que eu cuidava numa creche que trabalhei.
Eu queria ver a minha barriga crescer, sentir o filho dentro de mim pulando e chutando, ter enormes estrias na barriga, sentir todos meus ossos da bacia se abrindo para dar passagem ao bebê no parto natural.

Era isso que eu tinha sonhado para nossa família há 10 anos atrás, que depois da estabilidade financeira e dos bens adquiridos, os filhos viriam naturalmente, como acontece com todo mundo.

Eu vejo o filho da minha irmã, meu afilhado, que tem um ano e quatro meses e imagino como eu faria se ele fosse meu, vejo a minha mãe com ele, o quanto ela ficou mais feliz desde que ele nasceu, as novidades que a mãe sempre tem pra contar que o querido (chamamos ele de querido sempre) fez, a nova brincadeira, a nova arte, tudo eu vejo e imagino como seria comigo, já que nos meus planos o meu filho(a) viria por esta época, "lá por uns 10 anos de casados..."

Eu tenho que aceitar que sou diferente, estéril, mas não seca de coração, tenho que me adaptar a uma fila de adoção que não anda na velocidade desejada, ter muita paciência com a grande burocracia que envolve o processo e me preparar para o que o futuro nos reserva e para receber essa criança que não sabemos de onde vem, nem com que idade virá para ser nosso filho(a).



Enquanto isso não acontece, estamos sós...