terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Natal 2012

Então é Natal...


Resolvi começar meu post com essa música que amo, encontrei o vídeo perfeito e lá vou eu!

Mais um Natal em nossa família, como sempre minha irmã foi viajar com a família dela, minha sogra foi morar em outro estado então e ficamos só nós e meus pais.
Cada um tomou o rumo que melhor lhe conveio, é claro que tem que ser assim, se fosse diferente as pessoas que amo não estariam felizes.
A mãe preparou uma linda ceia, jantamos, trocamos nossos presentes (tudo lembrancinha) tiramos muitas fotos e lá pelas 11:30 eu e o Paulinho viemos para nossa casa que fica bem pertinho da casa dos meus pais, eles foram dormir, Paulinho foi dormir e eu fiquei zapeando pelo Face...
A noite foi muito boa, não estou me queixando de forma nenhuma, mas...
Quando fiquei sozinha, eu e a internet (Paulinho só roncos rs) fiquei com uma sensação de vazio enorme...
Dói... uma sensação dolorida no meu peito por não saber quanto tempo ainda seremos só nós quatro, quantos anos ainda vão levar para me reencontrar com minha criança (eu acredito que já estivemos juntas em outras vidas e que nesta por um acidente da natureza vamos ter que tomar outros caminhos para nos unirmos).
Não chorei, não vou chorar... Para ser sincera já estou calejada e quase não choro mais, mas ontem me fizeram falta as lágrimas para aliviar o coração apertado.
Será que a minha criança já existe por aí e está sofrendo maus tratos, abandono, fome, falta de carinho...
Será que Deus na sua infinita sabedoria, está esperando sair a nossa habilitação e que a fila ande um pouco para que quando estivermos "mais na frente" Ele envie nossa criança?
Não sei...
Não saber o rumo da minha vida é muito estranho, a falta de certezas e respostas é sufocante... Por que será sou infértil? 
Geralmente não sou tão, digamos assim, "molenga" mas nas datas comemorativas o coração fraqueja, o peito aperta, o ar parece que não chega ao fundo dos pulmões...
Uma coisa eu sei, que no Natal de 2013 ainda não terei minha criança nos meus braços, o tempo é inviável levando em conta os mais de 20 pretendentes na nossa frente e nossa habilitação (que ainda não saiu...), se der tudo certo com a avaliação psicológica determinada pelo Juiz de seis longos meses, lá para junho devemos entrar finalmente na fila.
Assim penso que serão muitos Natais sem criança nenhuma em casa para alegrar, rir, brincar...
Imagino sempre o Paulinho de Papai Noel, a mãe toda segredos a respeito do presente, o pai sempre indo pescar e trazendo bons frutos da pesca de aposentado para comermos papaterra frita e eu correndo atrás da criança teimosa (eu tenho certeza que será um teimosinho para combinar com o Paulinho), sem maquiagem e sandálias de salto, afinal com criança não tem tempo para super produção e nem pernas que aguentem dar colo de salto fino...
As vezes quero me rebelar contra Deus por ser assim, mas não posso questionar um Pai bondoso que tudo sabe e tudo vê, quando isso acontece procuro rezar, cantar na minha mente e não dar "bandeira" para família, sei que todos se preocupam comigo, cada um do seu jeito de ser e não quero causar mais tristeza aos meus familiares.

O tempo de Deus é perfeito, eu que sou apenas humana ainda não entendi os seus propósitos comigo.
Vou apenas aceitar e continuar vivendo a vida da melhor forma que sei, curtindo o marido, a mãe, o pai, o sobrinho, a casa, as cadelas, meu trabalho que amo...
Tenho tantas coisas que não entendo as vezes esse buraco latejante no meu peito.
Não sou uma pessoa infeliz. Quem pensar isso ao ler minhas palavras está enganado, sou bastante feliz, mas as datas comemorativas...
É isso, vou torcer para que eu tenha somente uns quatro Natais sendo apenas nós.

Meu lema de vida, a infertilidade faz parte mas não é o principal em minha vida
Dia que demos o presente de Natal pro Querido Moisés!

Mesa linda que minha mãe arrumou para este Natal, por enquanto são quatro lugares...

Ela pensou em cada detalhe com carinho

Tem quem resista a uma coisa deliciosa como esta? Lá se foi a dieta rs

Nossa foto de Natal, somos só quatro, por enquanto...


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Reportagem do Jornal Amorim

Essa semana recebemos em casa uma jornalista muito simpática, a Elisa Isoppo Valerim, ela viu um link do meu blog no Facebook e se interessou pela história para colocar no caderno de Natal deste ano.
Esse jornal é bem conhecido na nossa região, uma pena não poder colocar as palavras tão bonitas da jornalista aqui no blog.

Nunca imaginei quando comecei a escrever a nossa história, que ela iria parar em um jornal. Sempre escrevi pensando na nossa criança, no futuro quando ela entender, saber que foi muito esperada, imaginada e amada antes mesmo de nos reencontrarmos.

Claro que publiquei no Face pensando que as pessoas poderiam olhar e deixar suas contribuições, afinal não sabia como soava a minha escrita, sou essencialmente uma devoradora de livros e não uma escritora.

Foi realmente um lindo presente de Natal que ganhamos de Deus essa oportunidade de compartilhar nossa história com as pessoas que não tem ou não gostam de internet.


Dia da entrevista, no nosso meio está a Jornalista Elisa
Folha do Jornal Amorim do dia 21 de dezembro

Paulinho com o jornal, foi uma corrida na chuva até o mercado para conseguir a nossa matéria rs

Eu toda faceira com a matéria,  estou muito feliz!


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Adotar é...

Eu sigo muitos blogs e visito muitas páginas na net sobre muitos assuntos que me interessam e de um lado para o outro vou lendo e tecendo uma teia de informações mentais e locais que amo ver e comentar e outros que só leio mesmo, mas hoje, quando lia uma nova postagem no blog MONACI encontrei um outro maravilhoso que na primeira página trás um depoimento de uma pessoa que eu gostaria muito de ver uma foto e ter contato, o texto diz assim:

“Não germinaste no meu ventre, sua sementinha cresceu em um lugar que desconheço, que amo por te fazerem para mim. Mesmo longe por algum tempo, nossas vidas se cruzariam, já estava escrito pelo Criador. Sofrestes bastante o abandono, quem sabe não devias esquecer, na verdade não conseguimos ler nas entrelinhas da vida o por quê? Não importa o ventre, o alimento que recebestes pelo cordão umbilical, do coração é a força da paixão. Alegrastes com teu sorriso de criança pura e inocente todos que te cercaram antes, e agora nos dá o privilegio de abençoados com suas birras, pureza de criança meiga, graciosa, carinhosa, sua alegria de menina”.

(Hercília Siqueira)

O local onde encontrei esse parágrafo maravilhoso e muitas outras leituras especiais é no Adotar é 
Estou lendo TUDO e amando!!
Espero que mais pessoas possam se beneficiar com a leitura!

sábado, 15 de dezembro de 2012

III Encontro do Curso de Adoção

Olá amigos!

O meu curso já terminou, mas eu vou contar como foi em 2 post pois é muito assunto, e fica muito cansativo para quem lê e para quem escreve também, apesar de eu ser um pouco compulsiva quando começo a contar uma história...

Mas vamos lá!
o III Encontro foi dia 27 de novembro, e tinha como palestrante a Psicóloga Jaqueline Klein Simionato e as Assistentes Social Francine Coimbra e Pricila Moreira

Inciamos a noite com a Francine explicando sobre os procedimentos de habilitação dos pretendentes e o cadastro de adoção, onde ela falou da parte burocática que já fizemos com a papelada com a qual demos entrada no Fórum.


Levantou muitos pontos interessantes, que não quero nunca esquecer, pois com eles é que nosso filho(a) vai ser encaminhado a nós,  vou elencar os que achei mais marcantes:
* A prioridade é sempre o interesse e o bem estar da criança, então a adoção parte da criança para os inscritos, assim quem está na frente na fila não necessariamente vai adotar primeiro, pois determinado casal que está em primeiro lugar pode não ter o perfil da criança a ser adotada e o perfil do casal é composto pela avaliação psicossocial, feito com a visita da assistente social e entrevista (que já passamos) e avaliação psicológica (que estamos fazendo e vou contar mais detalhes em outro post).
Desta forma, a adoção deve priorizar as reais necessidades, interesses e direitos da criança/adolescente;

* A adoção jurídica não garante a adoção amorosa entre pais e filhos... Eu resolvi apontar este item no blog pois muitas pessoas pensam que após adotar o "problema" da família está resolvido e a vida segue no mar de rosas, e na verdade não é assim, pois de certa forma adotar é "parir" um filho sem a gestação, não sei se estou sendo clara em minha colocação, o que quero explicar é que mesmo desejando profundamente esta criança, os laços de amor e amizade não nascem num piscar de olhos, é claro que tem a empatia e a emoção do momento de receber a criança em casa, mas a relação de amizade, amor e cumplicidade de pais e filhos vai se construindo com o passar dos dias e da convivência, conhecimento um do outro e das pequenas coisas do dia a dia, como ver a criança comer, dormir, sorrir, brincar, chorar, teimar, fazer balda também! Assim como a criança vai aprender a nos reconhecer e amar como pais conforme for se desenrolando nossa relação na vivencia do dia a dia. Temos isso claro em nossas mentes, sempre penso nessa criança com muito carinho e imagino ela aqui em casa e as coisas que gostaria de fazer com ela e o Paulinho, mas na verdade isso são planos e sonhos meus e não necessariamente poderão se tornar realidade dadas as necessidades reais da criança.
Então minha gente, falando o português, o "negócio vai ser no tranco mesmo" rs.

* As adoções legais em Santa Catarina seguem dois cadastros: 
2 - Cadastro Nacional de Adoção.

Assistente Social Francine

É bem complicado o sistema, mas vou tentar explicar em poucas palavras.
Ocorre que antes de 2005, os pretendentes podiam fazer inscrição em várias Comarcas do país e com a implantação do CUIDA (para entender é bom clicar no link) tanto pretendentes quanto crianças e adolescentes passaram a configurar este cadastro com todas as informações e que tem como objetivo agilizar os procedimentos relativos ao encaminhamento de crianças e adolescentes abrigados e destituídos do poder familiar para adoção em as famílias substitutas.
Assim, a inscrição dos pretendentes será feita unicamente na Comarca em que residem;
Uma vez deferida a habilitação, os pretendentes passam a integrar o cadastro estadual, concorrendo (palavra horrível...) a adoção em todas as Comarcas do Estado.

* Tem uns termos jurídicos que é muito bom saber e entender:
GUARDA - obriga a assistência material, moral e educacional da criança, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais biológicos.
TUTELA - pressupõe a perda ou suspensão do poder familiar (como as crianças e adolescentes abrigados, quando não destituídos, estão sob a tutela do Estado).
ADOÇÃO - atribui a condição de filho com os mesmos direitos e deveres como qualquer outra criança, desligando-a do vínculo dos pais e parentes biológicos.

Podem adotar os maiores de 21 anos e o adotante tem que ter no mínimo 16 anos a mais que o adotado. Pais divorciados ou separados podem adotar conjuntamente.
Não podem adotar os ascendentes (avós) ou os irmãos do adotando.

Alguém perguntou a Francine, o que acontece com os abrigados que chegam aos 18 anos, e ela respondeu que em nossa Comarca ainda não aconteceu esta situação mas que os adolescentes são preparados desde os 14 anos em cursos profissionalizantes para entrarem no mercado de trabalho após a idade limite de acolhimento e assim poderem trabalhar e se sustentar sozinhos.

Fiquei alarmada com uns números que nos foram passados...
Em Santa Catarina tem em torno de 1600 crianças e adolescentes acolhidos ou abrigados e aproximadamente 3000 habilitados para adoção... E eu nem estou nesta estatística ainda...


Tivemos uma surpresa deliciosa! A colega de curso Cristiane Vargas levou essas delícias para gente comer no intervalo!

Muito obrigada amiga pelo carinho!

Eu comendo!!!!!

Peguei o Paulinho na tampa hehe ele nunca diz que come...

Jaqueline² - eu e a Jaqueline psicologa, pessoa maravilhosa!

Da esquerda para direita, Francine, Jaqueline, Pricila e Fran

Mas voltando ao meu longo post...

Depois da folga e comilança, voltamos com tudo com a Assistente Social Pricila Moreira e ela iniciou falando sobre o Estágio de Convivência.
Principais pontos:
* O tempo de estágio é fixado pelo juiz;
* É para adaptação da criança, pois a família já deve estar preparada para receber o adotando (estamos trabalhando muito nesta parte!);

* A criança costuma apresentar neste período determinados comportamentos, que são de certa forma esperados, pois ela está se adaptando a uma nova realidade, Pricila citou: Comportamento Regressivo (na tentativa de resgatar seu desenvolvimento incompleto e de construir relação com seus novos pais); Agressividade (a criança pode bater, gritar, xingar. Os pais devem por limites e regras); Querer aproveitar tudo ao mesmo tempo como se a vida fosse terminar em poucos minutos (eu entendi essa como o medo da criança que a nova família a despreze e o medo do retorno ao abrigo); Estar preparada para ouvir "tu não é minha mãe" ou "quero voltar para o abrigo" (isso vai doer, mas estamos nos preparando para isso também, já que outros tiveram esta experiência, não vou crer que passarei pelo estágio de convivência como um mar de rosas, mas pensando bem, podeira ser rosas mesmo, afinal elas mesmo sendo tão belas e perfumadas tem espinhos).

* Os laços de sangue não são os mais fortes, se assim fossem não haveriam filhos biológicos abandonados...

* As vezes as crianças não gostam da visita da Assistente Social no estágio de convivência (pois elas em muitas vezes são as pessoas que fazem a destituição familiar e o acompanhamento no abrigo);

* Agressividade em particular com a mãe adotiva;

* Ter fome ou frio ou qualquer outra necessidade física e ter vergonha de falar (no abrigo as crianças não abrem as geladeiras e armários e pegam o que querem comer ou vestir por exemplo);

* Preconceito Social (família ou amigos que ficam contando histórias negativas a respeito da adoção ou isolamento da família que adotou);

* Criança criar vínculo primeiro com o pai e depois com a mãe (por causa da rejeição, apesar que eu penso que isso depende da história da criança, pois na verdade foi abandonada pelos dois...);

* Aquisição de novos hábitos (dificuldade de adaptação);

* Criança imatura para algumas coisas e madura demais para outras (ex. não sabe os nomes das cores mas tem sexualidade aflorada);

* Investimento afetivo e financeiro (o momento que recebermos a ligação da Assistente Social é o mais adequado para adotarmos? Como eu quero mais que tudo essa possibilidade nem me passa pela cabeça, mas já que foi citado eu tomei nota...)

A psicóloga Jaqueline passou um vídeo de uma música que nunca tinha ouvido e que achei maravilhosa, é de 
olhar até cansar, mostra o lado da criança, pois até agora sempre falei em mim e no Paulinho e não tinha colocado ainda a situação desta criança que tanto queremos e esperamos.
O meu coração balançou e uma lagriminha teimou em sair no cantinho do meu olho, não sou dada a choros (mesmo as vezes precisando muito chorar, não choro), mas não resisti a esta linda canção.




Eu poderia escrever muitas outras coisas, mas como a música Acolher da Elizabete Lacerda é perfeita, não vou estragar a reflexão com mais falatórios...
Beijos e fique com Deus!